ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 27-9-2006.

 


Aos vinte e sete dias do mês de setembro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, DJ Cassiá Gomes, Elói Guimarães, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz e Maria Celeste. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Cassiá Carpes, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Manuela d'Ávila, Maristela Meneghetti, Professor Garcia, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude, a Indicação nº 046/06 (Processo nº 4679/06); pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 1763, 1764, 1765, 1766, 1783 e 1784/06 (Processos nos 4707, 4708, 4709, 4711, 4769 e 4770/06, respectivamente); pelo Vereador Alceu Brasinha, os Pedidos de Providência nos 1777, 1778, 1779 e 1780/06 (Processos nos 4763, 4764, 4765 e 4766/06, respectivamente); pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 1781 e 1782/06 (Processos nos 4767 e 4768/06, respectivamente); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 1768 e 1774/06 (Processos nos 4724 e 4738/06, respectivamente); pelo Vereador Carlos Todeschini, o Pedido de Providência nº 1762/06 (Processo nº 4706/06); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 205/06 (Processo nº 4699/06); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 1785/06 (Processo nº 4778/06); pelo Vereador Ibsen Pinheiro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 201/06 (Processo nº 4653/06); pelo Vereador João Antonio Dib, os Pedidos de Providência nos 1770, 1771, 1772 e 1773/06 (Processos nos 4734, 4735, 4736 e 4737/06, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providência nº 1769/06 (Processo nº 4725/06); pela Vereadora Maria Celeste, o Pedido de Providência nº 1767/06 (Processo nº 4723/06); pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de Providência nos 1775 e 1776/06 (Processos nos 4739 e 4740/06, respectivamente). Também, foram apregoados os Ofícios nos 892, 893 e 894/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 042, 040 e 041/06 (Processos nos 4777, 4775 e 4776/06, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 781, 782, 783 e 784/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Sexagésima Nona, Septuagésima e Septuagésima Primeira Sessões Ordinárias, da Décima Primeira Sessão Extraordinária e da Quadragésima Sexta, Quadragésima Sétima, Quadragésima Oitava, Quadragésima Nona, Qüinquagésima e Qüinquagésima Primeira Sessões Solenes. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 026/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 196/06, os Projetos de Lei do Executivo nos 035, 036 e 037/06, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 013, 021/06, este discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, e 022/06, discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo e pela Vereadora Clênia Maranhão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 195, 184/06, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, e 189/06, discutido pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Resolução nº 088/06, discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib reprovou a organização do comício realizado pela Frente Popular no Largo Glênio Peres, no dia vinte e cinco de setembro do corrente, argumentando que o bloqueio de vias públicas do Centro foi realizado de forma irregular. Nesse sentido, afirmou que a autonomia municipal foi ferida nesse incidente, sugerindo a instalação, neste Legislativo, de Comissão Especial para averiguar os motivos e as conseqüências do ocorrido. Na ocasião, o Senhor Presidente manifestou-se acerca do pronunciamento do Vereador João Antonio Dib, em Comunicação de Líder, acerca da possibilidade de instalação de Comissão Especial nesta Casa para analisar problemas decorrentes de comício realizado no Centro de Porto Alegre. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Carlos Comassetto, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, na cerimônia de assinatura do Decreto Federal nº 5.895/06, que trata de investimentos na área de saúde, realizada no dia dezoito de setembro do corrente, em Brasília – DF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães comentou o tema abordado hoje pelo Vereador João Antonio Dib, em Comunicação de Líder, alegando que o aparato disponibilizado ao Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, como Presidente da República, influencia na sua campanha eleitoral. Sobre o assunto, defendeu a realização de uma reforma política no Brasil, propondo que ocupantes de cargos públicos sejam incompatibilizados quando concorrendo em eleições. O Vereador Carlos Comassetto descartou declarações do Vereador João Antonio Dib em relação ao comício realizado pela Frente Popular no Largo Glênio Peres, exclamando que esse evento foi devidamente agendado junto à Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Em relação ao assunto, atribuiu à parcela da imprensa e à oposição tentativas de prejudicar a candidatura do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. O Vereador Claudio Sebenelo relatou reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente com representantes da Secretaria Municipal de Saúde acerca da oferta de leitos em hospitais psiquiátricos de Porto Alegre, rechaçando o fechamento progressivo, nos últimos anos, de instituições públicas que ofereciam esse tipo de atendimento. Nesse contexto, informou que essa Comissão deve se reunir com autoridades ligadas ao assunto para melhorar os serviços médicos disponibilizados à população. O Vereador João Bosco Vaz discorreu acerca do trabalho desenvolvido por Sua Excelência durante o período em que ocupou a Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, chamando a atenção para programas que buscam melhorar a qualidade de vida de crianças e jovens de comunidades carentes. Também, frisou a parceria entre essa Secretaria e clubes sociais e esportivos de Porto Alegre e sublinhou o caráter social das propostas implantadas nesse órgão. O Vereador Raul Carrion criticou o pronunciamento de anteontem do Vereador Ervino Besson, em Pauta, discordando da posição de Sua Excelência em relação ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/06, que determina a instalação individual de hidrômetro em edificações condominiais. Nesse sentido, explicou as propostas desse Projeto e considerou irresponsáveis as declarações do Vereador Ervino Besson sobre essa iniciativa. Na ocasião, o Vereador Raul Carrion solicitou a substituição de termos constantes em seu pronunciamento em Comunicação de Líder, relativamente ao Vereador Ervino Besson. Em continuidade, foi apregoada a Emenda nº 01, proposta pela Vereadora Maria Celeste e assinada pela Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/06 (Processo nº 0967/06). Às quinze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, João Antonio Dib e Ibsen Pinheiro, os dois últimos nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Haroldo de Souza e Claudio Sebenelo, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Solicito ao Ver. Ibsen Pinheiro que assuma a presidência dos trabalhos por alguns instantes, porque eu estou sendo chamado em meu gabinete.

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 1693/06 - SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera os arts. 6º, 8º e 9º da Lei Complementar nº 234, de 10 de outubro de 1990, e alterações posteriores, que institui, em Porto Alegre, o Código Municipal de Limpeza Urbana, estabelecendo critérios para o acondicionamento e separação do lixo ordinário domiciliar, disciplinando a coleta seletiva e criando o Programa de Incentivo e Qualificação Profissional para os Catadores e Recicladores de Lixo, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 026/06, de autoria da Verª Angelica Konzen.

 

PROC. N. 4535/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 196/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Gilda Camara Rocha o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 1306, localizado no Bairro Marcílio Dias. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. N. 4583/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 035/06, que dá nova redação ao artigo 1º da Lei nº 2.515, de 21 de maio de 1963, que declara de utilidade pública a Sociedade Israelita Riograndense Lar dos Velhos.

 

PROC. N. 4584/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 036/06, que declara de utilidade pública a Fundação de Pais Pró-Saúde Mental Infantil - FUPASMI.

 

PROC. N. 4624/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 037/06, que altera dispositivo da Lei nº 8.449, de 31 de dezembro de 1999. (alienação de próprio municipal)

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 4532/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 195/06, de autoria da Verª Maristela Maffei, que denomina Rua Acre o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua “6026” - Loteamento Residencial Moradas da Figueira, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. N. 4190/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 021/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que viabiliza a regularização das atividades existentes e consolidadas nas ruas próximas e adjacentes à Av. Professor Oscar Pereira, com alteração no Código do Regime de Atividades, mediante o ajuste do Modelo Espacial, Anexo 1, da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre)

 

PROC. N. 3168/06 - SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Carlos Todeschini, que dispõe sobre a instalação individual de hidrômetro nas edificações condominiais (horizontais e verticais) residenciais, comerciais e de uso misto, no Município de Porto Alegre, em conformidade com o INMETRO e demais disposições legais e técnicas aplicáveis, e revoga o art. 12 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, com redação dada pela Lei Complementar nº 423, de 18 de setembro de 1998, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 012/06, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

PROC. N. 3330/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 013/06, de autoria do Ver. Elias Vidal, que inclui art. 2º - A na Lei Complementar nº 136, de 22 de julho de 1986, e alterações posteriores, que dispõe sobre a adoção de equipamentos de lazer e cultura, permitindo o cercamento de áreas destinadas ao entretenimento infantil nos parques e praças por meio de parcerias com empresas ou pessoas físicas.

 

PROC. N. 4075/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 088/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao Senhor Edmundo Giffoni.

 

PROC. N. 4117/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 022/06, de autoria da Verª Mônica Leal, que institui o Programa de Incentivo ao Uso de Energia Solar nas Edificações com o objetivo de promover medidas necessárias ao fomento do uso e ao desenvolvimento tecnológico de sistemas de aproveitamento de energia solar.

 

PROC. N. 4188/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 184/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede desconto de 50% (cinqüenta por cento) nas mensalidades correspondentes ao último ano do curso de Medicina aos alunos universitários que realizam estágio em enfermarias, ambulatórios, centros cirúrgicos e centros obstétricos conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), no Município de Porto Alegre.

 

PROC. N. 4315/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 189/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que proíbe a concessão de alvarás de funcionamento para ferros-velhos localizados no âmbito do Município, cancela os já concedidos e revoga a Lei nº 8.753, de 29 de agosto de 2001.

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Pauta é um momento muito importante das nossas Sessões; nós tomamos conhecimento dos Projetos de Leis que são apresentados aqui. Mas me impressiona muito a fúria legiferante dos meus Pares nesta Casa, o que acontece em todo o Brasil; fúria tal, que levou o jurista Miguel Reale, de nome consagrado em todo o País, a dizer que a alegação de desconhecimento da lei pode servir como defesa a um infrator, porque são tantas as leis neste País, que não há quem conheça todas; e também a fúria represada daqueles Vereadores de um dia só. A Vereadora assumiu um dia, fez um Projeto de Lei Complementar, para o qual o nobre Ver. Bernardino Vendruscolo teve de fazer um Substitutivo.

Nós precisávamos, urgentemente, terminar com esses Vereadores de um dia só! Não é possível que a Câmara pague dois Vereadores no mesmo dia para exercer a mesma função. Eu acho que tem que ser um tempo maior como é no Congresso Nacional, como é na Assembléia Legislativa: por 120 dias substitui-se um Deputado; menos do que isso não! E aqui nós substituímos no mesmo dia, às vezes na segunda, quarta e quinta-feira. Eu acho que nós tínhamos de pensar melhor sobre esses casos de substituição de Vereadores, para a dignidade da Casa.

Mas o Ver. Bernardino pretende, com o Substitutivo, discutir o Código de Limpeza Urbana, estabelecendo critérios para o acondicionamento e separação do lixo ordinário domiciliar, disciplinando a coleta seletiva e criando o Programa de Incentivo e Qualificação Profissional para os Catadores e Recicladores de Lixo. É um esforço que ele deve ter feito para tentar melhorar o Projeto da Vereadora de um dia.

O Executivo dá nova redação à Lei que declara de utilidade pública a Sociedade Israelita Riograndense Lar dos Velhos e apresenta outro Projeto, que também declara de utilidade pública a Fundação de Pais Pró-Saúde Mental Infantil.

Em outro Projeto, o Executivo pretende uma alteração na Lei que autorizou alienação de imóveis. O Executivo da Administração passada colocou na Rua Augusto Severo um número diferente do que deveria ser na realidade. Se não me engano, colocou o nº 361, sendo que o número deveria ser nº 215.

Em 2ª Sessão, há uma série de outros Projetos que já foram examinados por nós, mas que também deixam dúvidas quanto à capacidade de iniciativa do Vereador como, por exemplo, fazer com que as mensalidades correspondentes ao último ano do curso de Medicina, aos estudantes que estejam fazendo estágio em enfermarias, ambulatórios, centros cirúrgicos e centros obstétricos conveniados ao Sistema Único de Saúde - SUS -, no Município de Porto Alegre, sejam reduzidas em 50%. Eu acho que nós não temos condições de fazer com que isso ocorra.

Então, eu acho, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, que nós precisamos cuidar mais das leis existentes, que são muitas. Nós precisamos consolidar a legislação; é lei a consolidação da legislação existente, e isso nós não fazemos.

Portanto eu vou ficar por aqui, senão, eu posso me aborrecer mais ainda ao ver tanta lei sem nenhuma necessidade. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, quero hoje fazer uma análise de um Projeto que está em 2ª Sessão, o PLCL n.º 021/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que propõe fazer uma adequação no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre.

Quero dizer que li atentamente o Projeto do Dr. Goulart e fui a campo averiguar esse local, que fica na divisa entre os Bairros Glória e Santo Antônio. É real a necessidade de adequarmos o Plano Diretor, para que aquele local possa obter a regularidade para um conjunto de atividades que já existe há muito tempo, entre elas um empreendimento que se situa ali, que trata da cultura do carnaval, da cultura do samba, que é uma atividade desenvolvida há muito tempo, trazendo renomes nacionais e internacionais, inclusive da cultura popular, principalmente da cultura popular brasileira, como o Paulinho da Viola e muitos outros, que é o bar do Ricardo, como chamam, que hoje está irregular, porque o Plano Diretor não o permite regularizar em função de sua atividade, mas é uma atividade que já está ali há mais de uma década. Portanto, o Ver. Dr. Goulart propõe essa adequação, que considero correta e justa.

Mas eu aproveito para fazer uma ressalva aqui: nós temos um conjunto de projetos de origem dos colegas Vereadores e Vereadoras, que propõe fazer a readequação e/ou as correções no atual Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. E aí, o Executivo Municipal tem uma responsabilidade que não cumpriu com a legislação existente, que, vencidos os quatro anos de existência do atual Plano Diretor, teria que já ter enviado a esta Casa uma proposta de avaliação do Plano, corrigindo todos os pontos que identificou como conflito na aplicação, fazendo novas propostas de adequação, sem perder a essência do Plano que foi construído baseado nas sete estratégias para o desenvolvimento de Porto Alegre.

Isso não foi feito, e digo mais, Ver. Bernardino, isso incorre, inclusive, em impropriedade administrativa, porque a Lei determina, e a Lei não está sendo cumprida. E os conflitos, sob o ponto de vista do desenvolvimento da Cidade, continuam existindo. Iniciativas como essa do Ver. Dr. Goulart têm que ser feitas para poder resolver os problemas pontuais, e nós precisamos reavaliar o Plano Diretor, para entender e ver a Cidade como um todo, na sua globalidade. E aqui nós temos um conjunto de conflitos que nós sabemos que existe hoje: são alturas versus afastamentos; são as áreas de proteção do ambiente natural, e sobre elas já existe um estudo pronto lá na Secretaria do Meio Ambiente, elaborado pelo Instituto de Ecologia da UFRGS, que precisa ser adequado; é a questão do patrimônio cultural não só a Região Centro como a Cidade num todo; é o sistema viário; e esse Projeto não veio ainda para a Câmara. O Estatuto da Cidade é muito claro: aquelas cidades que não têm Plano Diretor, até o dia 10 de outubro têm que o aprovar; aquelas que já possuem têm que obedecer à sua Lei. E a Lei do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre, Sr. Presidente, diz que o Executivo está em dívida com a Cidade há mais de dois anos.

Portanto nós já deveríamos ter feito aqui a reavaliação, e o Executivo, ainda quando era Prefeito o Sr. João Verle, enviou uma proposta a esta Casa, que, no início desta gestão, foi retirada, e, até o momento, nós estamos aqui querendo analisar, querendo discutir, mas a pauta para discutir isso é de responsabilidade, primeira e exclusiva, do Executivo Municipal de Porto Alegre. Portanto, analisando o Projeto do Dr. Goulart, que é bem-vindo, faço aqui uma cobrança ao Executivo, para que cumpra as normas legais e constitucionais e envie a esta Casa a sua proposta de revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental do Município de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Ibsen Pinheiro, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, acho que todo debate que nós construímos aqui nesta Casa vem sempre aprimorar o trabalho de todos os Vereadores, e que bom que há esse debate, porque assim vamos nos policiando também! E eu acho que o Ver. João Antonio Dib faz um papel importante, quando, insistentemente, bate na tecla do excessivo número de Projetos.

Agora, Ver. João Antonio Dib, é legítimo o ato de o Vereador, independentemente de ele estar aqui há quatro anos ou há um ano, protocolar os seus Projetos. A Verª Angelica Konzen protocolou um Projeto que visa a disciplinar a classificação do lixo - seco, orgânico, enfim. O debate, por si só, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, é interessante, porque nós sabemos que estamos muito atrasados ainda na questão da educação sobre o nosso lixo - os rios estão poluídos, a Cidade está poluída -, e acho que todo o debate nesse sentido vale a pena. Agora, a Verª Angelica Konzen não foi feliz na proposição do seu Projeto, pois, por questões técnicas, o seu Projeto não passou na Comissão de Constituição e Justiça. Aí este Vereador entendeu por bem atender ao seu pedido, entrando com um Substitutivo, adequando o Projeto, para que ele fosse vitorioso, inicialmente, na Comissão de Constituição e Justiça.

Por outro lado, também queremos fazer um registro, não querendo corrigir, mas para não deixar que haja equívoco no entendimento do caso de um Vereador assumir no lugar do outro. Nem sempre, Ver. João Antonio Dib, a Casa é penalizada financeiramente. Quando o Vereador sai para atender assuntos particulares, ele não recebe. Portanto, quem recebe é o Suplente. Só quero fazer esse registro, para não fazermos um entendimento que não é o verdadeiro.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Bernardino, realmente, quando o Vereador sai em Licença para Tratar de Interesses Particulares, ele é substituído, e a Câmara não paga dois Vereadores. Mas eu posso lhe dizer que a proporção é nove contra um: nove licenças médicas e uma para tratar de interesses particulares.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Eu também vou lhe afirmar que a Verª Angelica Konzen assumiu no lugar do Ver. Sebastião Melo, quando ele foi tratar da sua campanha, no início do ano, e quando o Ver. Haroldo de Souza viajou para fazer a cobertura da Copa do Mundo. Então, com certeza, nesse caso, a Vereadora assumiu, porque o Vereador estava ausente e foi tratar de assuntos de interesse particular; conseqüentemente esta Casa não teve ônus. Mas vale o debate, sim, vale o esclarecimento.

Para finalizar, quero dizer que nós preferimos sempre ficar com aqueles que erram tentando fazer do que com aqueles que erram por não tentarem fazer. Acho que há muita coisa a ser feita nesta Cidade, e eu sou daqueles que, apesar de concordar com o Ver. João Antonio Dib, têm a maior admiração por aqueles que assumem nesta Casa durante um ou dois dias e procura mostrar trabalho, porque é uma maneira que eles também têm de se apresentar à sociedade, mostrando que têm condições de fazer alguma coisa, quando lhes é dada a oportunidade. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, além da bela inspiração do Ver. João Bosco Vaz, que concede o Título de Honra ao Mérito Atlético ao Edmundo Giffoni, um grande tenista e um querido amigo, eu queria ressaltar e comentar o Projeto da Verª Mônica Leal, que institui o Programa de Incentivo ao Uso de Energia Solar nas Edificações, com o objetivo de promover medidas necessárias ao fomento do uso e ao desenvolvimento tecnológico de sistemas de aproveitamento da energia solar.

O Rio Grande do Sul se caracteriza por desconhecer as suas variações climáticas. Temos uma temperatura que vai abaixo de zero no inverno e uma temperatura, no verão, típica de zona subtropical e temperada, que vai até os 40 graus ou mais. Com o advento do ar-condicionado, algumas correções foram feitas, mas rara é a casa, por exemplo, de classe média baixa, que tem lareira; os sistemas de calefação, aqui em Porto Alegre, uma cidade extremamente fria no inverno, foram esquecidos muitas vezes, e culturalmente não foram absorvidos e muito menos disseminados como um processo da cultura do frio.

Alguns objetos da cultura do frio foram introjetados na cultura gaúcha, entre eles a culinária e especialmente o vinho, por ser um Estado vitivinícola e por haver as questões relacionadas entre o frio e a bebida alcoólica. Pois esse conjunto de iniciativas relativas ao frio corresponde, em relação ao calor, à grande migração que existe, quando, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, vamos todos para o Litoral e fazemos a felicidade das pessoas que lá residem e que passam nove meses do ano com fome, frio e desemprego.

Então, a questão da energia solar passa a ter um valor muito maior não só na utilização racional das energias de outras fontes não-perecíveis.

Nós temos que acrescentar a chegada ao Estado da energia eólica aproveitada na cidade de Osório, o que é um panorama muito comum na Europa de muitos ventos. E o Rio Grande é um Estado que tem a sua movimentação de ar caracterizada, na sua cultura, por dois tipos de vento: o Pampeiro, Ver. Ibsen, e o Minuano - o vento sul e o sudoeste. Os ventos passam agora a ter muitas funções além daquela função magnífica que eles exercem na cidade de Porto Alegre, pois toda a poluição é varrida pelos ventos, e a questão da poluição atmosférica fica bem atenuada. É a questão da energia eólica.

A energia solar, num Estado que tem aproximadamente, certamente, oito meses altamente aproveitáveis, deve começar a entrar nas nossas cogitações não só pela questão energética, mas pela questão ambiental, pela questão da natureza. Nós já tivemos como projeto energético no Brasil as hidrelétricas, mas sabemos que hoje não há coisa mais importante do que o aproveitamento da energia eólica e da energia solar, do ponto de vista ambiental, absolutamente indenes, absolutamente inócuas em relação à predação, o que não ocorre com a energia hidrelétrica, que causa, indiscutivelmente, uma profunda alteração no fundo dos nossos rios, no ambiente e na biota próxima.

Por isso eu queria dizer que este Projeto da Verª Mônica Leal é, indiscutivelmente, um Projeto importante e que volta a esta Casa com muita mais força neste momento, quando se fala em apagão, em crise energética, especialmente nos dias mais quentes, que agora começam a se aproximar mais rápido. Sr. Presidente, muito obrigado pela sua tolerância.

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito obrigado, Ver. Claudio Sebenelo.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria de destacar, neste momento em que nós estamos discutindo os Projetos em andamento nesta Casa - e que são vários; o Ver. Bernardino já se referiu a isso -, dois Projetos de Lei que eu acho que são importantes, assim como os demais, mas eu, particularmente, destaco estes dois, porque eles tratam de duas temáticas que eu considero bem interessantes de serem avaliadas e aprofundadas.

O primeiro Projeto ao qual eu quero me referir é o PLCL nº 022/06, de autoria da Verª Mônica Leal, que trata da questão ambiental. É um Projeto que procura instituir uma política de incentivo à utilização da energia solar. Eu achei muito importante, porque nós, aqui na Câmara, não temos nos debruçado o suficiente sobre as temáticas ambientais urbanas, que eu acho que, evidentemente, hoje, são temáticas fundamentais a serem enfrentadas também pelos Parlamentos locais. E eu acredito que este Projeto vai propiciar uma maior conscientização sobre esta matriz energética, que é fundamental neste momento de esgotamento de outras matrizes energéticas do nosso planeta.

Eu queria lembrar que esta questão da energia solar é uma questão tratada prioritariamente nos congressos internacionais; ela está pautada na famosa Agenda XXI. Eu me recordo que nós participamos da ECO-92 - como ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 1992. Naquela oportunidade, eu era Delegada da Conferência, e nós conseguimos aprovar, entre uma das decisões finais, no artigo 8º, a necessidade da discussão e dos debates sobre a questão da utilização da energia solar.

Ainda na última Conferência da ONU, que trabalhou a questão climática, essa questão da energia solar aparece também como uma das recomendações a serem trabalhadas pelos vários níveis de governo. E o último Protocolo, que está mais presente na nossa memória, que é o Protocolo de Kyoto, também aponta a questão da utilização da energia solar como uma questão absolutamente imprescindível.

Eu queria também lembrar às Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores que as legislações municipais já tratam disso. E queria lembrar que a VI Conferência Municipal de Meio Ambiente, acontecida já no nosso Governo, apontou também essa temática como uma temática a ser enfrentada prioritariamente.

A nossa Lei Orgânica, no seu art. 225, trata da necessidade de se aprovar políticas referentes à questão das matrizes energéticas, à questão da utilização dos vários tipos de energia, colocando a questão ambiental como foco.

Outro Projeto ao qual eu queria me referir é o Projeto de autoria do Ver. Adeli Sell, que proíbe a instalação dos ferros-velhos no Município de Porto Alegre. É um Projeto, na minha avaliação, muito esdrúxulo, porque o que se coloca como necessidade não é a proibição de o Município ter esse tipo de empreendimento, porque ele poderá, evidentemente, ser feito em Viamão, Alvorada, Cachoeirinha, nos Municípios da Grande Porto Alegre, e, evidentemente, isso não alteraria o quadro que ele aponta como um quadro que favorece a questão da violência urbana e a questão da ilegalidade. Então, eu acho que se trata efetivamente de uma questão de aprimoramento dos processos de fiscalização sobre os quais nós, como Vereadoras e Vereadores, teremos que nos debruçar para aprovar uma legislação factível, uma legislação condizente com a realidade do nosso Município e que possa contribuir na luta contra a ilegalidade, na luta contra a venda de produtos pirateados.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Está encerrada a Pauta.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no dia 1º de janeiro de 2005, este Vereador e mais 35 Vereadoras e Vereadores fizeram o seguinte juramento: “Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo”. Portanto, no juramento, estava que se deveria defender a autonomia municipal. A autonomia municipal, no art. 30 da Constituição Brasileira, assegura que o sistema viário é de responsabilidade da Prefeitura; qualquer alteração será feita pela Prefeitura.

Eu li, como todos leram, na coluna do jornalista Políbio Braga, no dia de ontem, o seguinte texto (Lê.): “Sem aviso prévio a qualquer autoridade municipal, o Governo Federal mandou suas tropas do Exército, Abin e Polícia Federal ocuparem a zona mais central de Porto Alegre para interditar as cercanias do Largo Glênio Peres, ao lado da Prefeitura, onde Lula e o PT fizeram o seu comício de encerramento da campanha eleitoral no Rio Grande do Sul. Foi uma operação de guerra. O Paço Municipal passou por verdadeiro estado de sítio. As autoridades locais foram constrangidas pelas restrições militares à livre circulação na área. O próprio acesso à Prefeitura foi restringido gravemente. O PT resolveu montar o palanque no meio da Av. Borges de Medeiros, entre o Mercado Público e a Prefeitura, impedindo o trânsito com tapumes”.

E aí eu fico preocupado, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com a autonomia do Município, que deve ser defendida pelo Poder Legislativo, sim. Deve ser esclarecido o que aconteceu na segunda-feira!

O Ver. Carlos Todeschini me entrega um ofício do Partido dos Trabalhadores, dirigido à Prefeitura Municipal, que diz o seguinte (Lê.): “À Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A/C SMIC/Ronaldo. O Partido dos Trabalhadores vem, por meio deste ofício, solicitar o uso do Largo Glênio Peres, no dia 25 de setembro de 2006, das 12h às 23h30min, para Comício da Frente Popular. Agradecendo antecipadamente a atenção, Nelci Dias da Silva, 18 de setembro de 2006”. Aqui há um despacho do Sr. Ronaldo Silveira Machado - não sei se ele tem autoridade para isso, mas autorizou: “agendamento confirmado”.

Bem, mas o agendamento confirmado era para o Largo Glênio Peres, e o palanque oficial foi instalado sobre a Praça Montevidéu também, e, no ofício, não constava que seria interditada a Av. Borges de Medeiros. Foi criado um muro, colocaram uma “muralha da China” para impedir o trânsito. E fui informado que a EPTC desviava o trânsito, enquanto era feita a obra.

Portanto eu não estou acusando ninguém. Agora, esta Casa, eu entendo, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, na defesa da autonomia do Município e no entendimento deste Vereador, foi agredida e deveria fazer uma Comissão Especial para analisar o que aconteceu.

O Executivo não deu informações nos jornais de hoje - deveria ter dado -, apenas informou que vai verificar se “o leão teve a pata ferida”. É muito pouco. As fotos estão lá mostrando o palanque oficial junto à Fonte Talavera. Ali não é o Largo Glênio Peres, é a Praça Montevidéu, e não foi solicitado no ofício que se fizesse o cercamento daquela área para a defesa do Sr. Presidente da República, que merece ser defendido. E até há notícias veiculadas na Internet no sentido de que foi solicitado ao Prefeito - e esse recusou - que um atirador de elite ficasse no gabinete do Prefeito na hora do comício para defesa eventual de S. Exa., o Sr. Presidente da República; para a defesa do Presidente da República, e não para o candidato! Porque o candidato não teria condições de movimentar Polícia Federal, Exército e Associação Abin, área de inteligência do Exército.

Então, eu acho, Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, que, na defesa da autonomia do Município de Porto Alegre, pela qual nós temos responsabilidade, seria conveniente que esta Casa fizesse uma Comissão Especial para analisar o que ocorreu.

Eu tenho, pela foto que eu tenho em mãos, a certeza de que houve violência, sim, em razão da autonomia municipal. Ninguém pode cercar a rua, ninguém pode impedir o trânsito, a não ser que Prefeitura assim o determine através dos órgãos técnicos. E estranho muito que um funcionário da SMIC, que é Assistente Administrativo, tenha confirmado o agendamento da solicitação do Partido dos Trabalhadores.

Portanto eu acho que essa Comissão Especial é indispensável. Claro que, sozinho, eu não posso pedir uma Comissão Especial, mas eu coloco à consideração dos meus Pares, Sr. Presidente, para que se examine essa possibilidade. Porto Alegre foi agredida na sua autonomia. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Apenas a título de sugestão, Ver. João Dib, já que V. Exª fala na autonomia municipal, eu acho que nós temos o dever de defender Porto Alegre com relação à legislação e à Constituição, naquilo que toca ao nosso Município. Eu pergunto se V.Exª não quer fazer um Requerimento à Comissão de Justiça, para que a Comissão de Justiça possa informar a Casa com relação a esse ferimento sofrido pela autonomia do Município com essa atitude do pronunciamento feito pelo candidato Lula.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Presidente, penso que a idéia de V. Exª seja boa, mas eu acho que a Comissão de Justiça me dirá que não cabe a ela decidir sobre o problema, porque, em relação a um outro fato que eu havia solicitado, a Comissão de Justiça disse que a ela não cabia e que eu teria que pedir a anuência do Plenário para que isso acontecesse. Mas, de qualquer forma, eu acho que toda e qualquer possibilidade deve ser considerada, e eu vou considerar a sugestão de Vossa Excelência. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. João Dib.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Tempo Especial, para falar sobre a sua viagem a Brasília, onde esteve tratando do assunto da instalação do Hospital lá da Restinga.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, quero fazer aqui um relato da atividade que desenvolvemos fora de Porto Alegre no último dia 18 de setembro, na segunda-feira da semana passada. Nesse dia nós fomos a Brasília com uma delegação de Porto Alegre, da qual faziam parte autoridades, dirigentes do Grupo Hospitalar Moinhos de Vento e do Grupo Hospitalar Mãe de Deus.

Nesse dia, 18 de setembro, o Exmo Sr. Presidente da República assinou o Decreto de Filantropia a um conjunto de treze grupos hospitalares do Brasil. E esse Decreto foi assinado, para que esses treze grupos hospitalares possam investir ou continuar investindo na Saúde pública nacional.

O que significa um decreto de filantropia? Significa que eles podem investir, aplicar no mínimo 20% de sua receita bruta anual em atendimento gratuito ou destinar 60% de sua capacidade em serviços ao SUS.

Esse é um processo que já vinha se desenrolando há, no mínimo, um ano e meio; porque essa discussão - e gostaria que as câmeras mostrassem aqui - está diretamente relacionada ao trabalho incessante que temos feito em relação ao Hospital da Restinga. Com esse hospital da Restinga, poderemos realizar o convênio assinado entre o Município de Porto Alegre e a Associação Hospitalar Moinhos de Vento, que tem todo um trabalho elaborado, e, nesse dossiê que entregamos em mãos ao Sr. Presidente da República, há um trabalho que se constitui num plano de metas a ser desenvolvido no Município de Porto Alegre. Foi assinado em junho de 2004 pelo então Prefeito João Verle com a Associação Hospitalar Moinhos de Vento, que determinou que o Hospital Moinhos de Vento construiria, na Restinga, um Centro Hospitalar, bem como 16 postos de saúde de família e 15 postos de saúde bucal. Esse processo todo não avançou até o momento, até porque existia, no Executivo Municipal, contrariedade com relação à construção ou não do hospital na Restinga e/ou em outro território de Porto Alegre. O então Diretor Administrativo da Saúde, Raul Martins, tinha uma posição contrária à construção do novo hospital em Porto Alegre, tanto que, por essa sua posição, pela pressão do movimento social daquela comunidade, ele caiu; não é mais Diretor Administrativo da Secretaria Municipal da Saúde.

Em função de todo o trabalho desenvolvido, este ano, em abril de 2006, já era para estarmos inaugurando a primeira etapa do Hospital da Restinga. Com a assinatura deste Decreto pelo Sr. Presidente da República, não existe mais nenhuma alegação política do Executivo Municipal ou do Grupo Hospitalar Moinhos de Vento para que esse projeto não saia, porque, com o Decreto assinado, Vereadores e Vereadoras, o Grupo Hospitalar Moinhos de Vento, bem como o Mãe de Deus, poderão aplicar até 60% de seus recursos na Saúde pública, porque terão benefícios e isenções tributárias e fiscais para destinar esse recurso para uma necessidade tão grande, que é a Saúde pública de Porto Alegre. Então, estivemos presentes nesse Ato, e estamos trazendo o relato da viagem. Esse é resultado de um trabalho de mais de dois anos, incessantemente, deste Vereador, bem como da Bancada do Partido dos Trabalhadores, junto com os diversos Ministros, com a Ministra da Casa Civil, com o Ministro da Saúde e, por último, com o Sr. Presidente da República. Lá estivemos representando esta Casa e trazendo a notícia de que agora estão 100% concluídos todos os potenciais para que aquela obra de grande necessidade para a Cidade aconteça. Portanto, está com a palavra o Sr. Prefeito Municipal, para que, em conjunto, possamos executar e concluir esse projeto que é de significado e interesse para o Município de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o Ver. João Antonio Dib traz à discussão um tema, uma ocorrência que, a juízo deste Vereador, está umbilicalmente ligada a uma reforma política, porque, na verdade, se nós examinarmos a ocorrência trazida, quando se fez o comício do Partido dos Trabalhadores, nós vamos constatar, de pronto, que se trata de uma confusão de papéis: o papel do Presidente e o papel do candidato. E isso vale para Governadores, etc. e tal.

Então, eu acho que deveria haver uma reforma política, porque, se a figura do Presidente é uma figura que deve ser protegida por todas as razões de Estado, por outro lado, cria-se uma situação de privilégio, porque uma coisa é o comício do candidato; outra coisa é o comício do Presidente. Para o comício do Presidente, evidentemente, todos os instrumentos de Estado têm que ser colocados à disposição, e alguns ajustes até se admitem, tal como a interferência do Poder Central, da União, aos entes da Federação, Estados e Municípios. Isso até certo ponto se admite, mas, quando se trata, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de uma ação no campo partidário, no campo da disputa partidária, a igualdade tem que ser preservada sob pena de se ter um privilégio incompatível com o processo eleitoral, que deve colocar todos iguais perante a lei.

Então, o que se viu, o que se observou foi exatamente uma confusão de papéis: o papel do Presidente e o papel do candidato. E isso, na minha opinião, vale para todos - Governadores de Estado, etc. e tal, até mesmo para presidentes, Presidentes do Senado, Presidentes da Câmara Federal, Presidentes dos Legislativos Estaduais e Presidentes das Câmaras Municipais -, dado todo o aparato que ostenta e sustenta essas autoridades.

Na minha opinião, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, essa é uma matéria própria para a Reforma Política, porque, diante de tantos fatos e acontecimentos, é prioritária hoje, no Brasil, a desincompatibilidade do candidato que detém determinado posto político. Não é mais possível, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com base no princípio constitucional, que o candidato não se desincompatibilize para, em condições de igualdade, fazer o enfrentamento democrático com os demais candidatos.

Então, esse acontecimento trazido pelo Ver. João Antonio Dib, por se tratar de atos não-públicos, não-oficiais, fere exatamente o princípio da autonomia dos entes federados, no caso, em especial, o Município de Porto Alegre, que se viu, por assim dizer, patrolado por decisões que interferiram nas suas regras, nos seus preceitos e na sua própria autoridade.

Portanto, fica aqui a nossa manifestação e a visão de que problemas como esse e tantos outros já ocorridos devem ser resolvidos numa reforma partidária, que urge em nosso País, sob pena de a “carruagem Brasil”, desse grande “trem” ficar fora dos trilhos. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, venho aqui em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores - por deferência da nossa Líder, Verª Sofia Cavedon - não só prestar alguns esclarecimentos sobre palavras não bem-ditas ou não bem-faladas, tanto por alguns Vereadores que aqui me antecederam em seu espaço de Liderança, como no caso do PP e do PTB, como de alguns veículos de imprensa ou colunistas, como no caso do Sr. Políbio Braga, que na sua coluna afirma: “Palanque de Lula impôs verdadeiro estado de sítio ao Centro de Porto Alegre. Sem consulta prévia ou aviso a qualquer autoridade municipal” - prestem bem atenção, senhores e senhoras - “O Governo Federal mandou agentes do Exército, ABIN e Polícia Federal ocuparem a zona mais central de Porto Alegre, para impedir as cercanias do Largo Glênio Peres”. É um absurdo dito por um colunista que pretende construir democracia falando a verdade. Talvez ele não tenha consultado, bem como os meus caros colegas Vereadores que me antecederam, os documentos oficiais que o Partido dos Trabalhadores encaminhou ao Executivo Municipal. Quero que as câmeras mostrem, para que toda a Cidade consiga ver o documento que o Partido dos Trabalhadores enviou à Prefeitura Municipal de Porto Alegre (Exibe documento.) (Lê.): “Prezados senhores, o Partido dos Trabalhadores vem por meio deste Ofício solicitar o uso do Largo Glênio Peres no dia 25/09/2006, das 12 horas às 23h30min, para o comício da Frente Popular. Agradecendo antecipadamente, Nelci Dias da Silva, Coordenadora de Campanha da Frente Popular. Porto Alegre, 18 de setembro”.

O Ofício foi recebido pelo Sr. Ronaldo Silveira Machado, com matrícula nº 337228/1, que diz: “agendamento confirmado”. Um documento oficial. Como é que alguém da imprensa, como o Sr. Políbio Braga, utiliza um veículo público para mentir descaradamente à sociedade? Será que estamos num momento de caça às bruxas?

Vereador João Antonio Dib, quando V. Exª diz que um leão levou um tiro no pé, é verdade, pois aquilo representava mesmo um leão: 40 mil pessoas ali naquele comício que encantou Porto Alegre, espontaneamente, com livre energia, potencialidade, representando um projeto nacional. Se nós não concordarmos com a democracia, nós podemos apregoar golpes, dizer que a sociedade não tem direito de se manifestar, mas querer negar a segurança ao Exmo Sr. Presidente da República, seja de que Partido for, não dá! Não dá!

Felizmente, hoje, o companheiro Lula é Presidente do Brasil e é do nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, mas, pela democracia, poderá ser o representante - talvez num futuro mais longínquo - de qualquer um dos outros Partidos. E nós defenderemos, sim, a segurança do Presidente da República, seja ele quem for.

E quero dizer mais: pelas fotos que saíram no jornal, o comício não foi na Praça Montevidéu, o comício não ocupou a Praça Montevidéu, e as pessoas não foram impedidas de circular pelo Centro e pelo Mercado Público.

A oposição está usando todos os argumentos, por mais inconcebíveis que sejam, para arrumar fantasmas ou, como dizia meu pai, lá no Interior: “Botar chifre em cabeça de cavalo”.

Portanto, os pronunciamentos do PTB e do PP, que me antecederam aqui, talvez estejam carentes do reconhecimento do processo que nós temos de democracia. As 40 mil pessoas que estiveram segunda-feira à noite no comício foram ordeiras, construíram. E o processo democrático se faz com a participação de todos os segmentos da sociedade.

Em nome do Partido dos Trabalhadores, trago o documento oficial que entregamos à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, bem como a licença para ocupar aquele espaço, para realizar aquele magnífico comício da Frente Popular, numa afirmação de um processo democrático do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ontem a Comissão de Saúde esteve reunida com autoridades da Secretaria da Saúde, no Posto 3, na Vila Cruzeiro, para debater um dos assuntos mais constrangedores da história da Saúde nesta Capital.

Nós sabemos que há um legado insuportável de outras administrações que se caracteriza por um processo de destruição de uma estrutura que, há 14 anos, após a Reforma Psiquiátrica brasileira, sonega à cidade de Porto Alegre aproximadamente um mil e quinhentos leitos hospitales. Com a idéia de “desospitalização”, isto é, não havendo mais - como uma falácia insuportável - a necessidade de leitos hospitalares psiquiátricos, simplesmente houve o fechamento, em caráter progressivo, de hospitais psiquiátricos e a nulidade de leitos psiquiátricos, como se as pessoas não mais adoecessem, como se as pessoas, neste País, que fossem acometidos de uma doença mental pertencessem a uma classe média alta, abastada e rica.

Esse equívoco monumental e histórico fez com que se atirassem na desgraça, no sofrimento, na dor, muitas vezes psicológica e insuportável das depressões, a camada que mais sofre nesta Cidade, o lado mais fraco, onde sempre arrebenta a corda. Nós vemos, entre a ânsia dos profissionais da área da Saúde de atenderem a uma demanda, um imenso muro feito pela burocracia, pela insanidade e pelo mau gosto!

A nulidade desses leitos hospitalares caracteriza um processo de desumanização do atendimento a pessoas que, nas suas angústias, nas suas desorganizações mentais, precisam do atendimento psicológico, psiquiátrico e da química fina, de atendimento de psicofármacos. Nós não temos, hoje, leitos, remédios nem atendimento! Estamos chegando ao nada em matéria de atendimento psicológico! Há uma da indiferença da burocracia, do “não ter nada a ver com isso” de todas as estruturas responsáveis, especialmente por quem desencadeou neste País a famigerada Reforma Psiquiátrica. Quando as pessoas vêem os seus seres mais queridos sofrerem, de uma forma insuportável, a indiferença, a falta de medicamentos e a dor psicológica da rejeição, isso nos mostra o quanto nós precisamos evoluir como seres humanos, quando tratamos como bichos os nossos pacientes!

A Comissão decidiu que vai pedir uma audiência com o Sr. Prefeito e com todas as autoridades ligadas ao assunto, para um S.O.S, para que essa situação não nos envergonhe cada vez mais, nessa escalada descendente e brutal que se encontra a Saúde neste País, apesar da ideologia da mentira, quando dizem que a Saúde, hoje, no País, se aproxima da perfeição! Como piada, é algo muito bom.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu tenho ouvido falar muito, nesta tribuna, sobre a falta de segurança, sobre assaltos, seqüestros, e eu tenho uma tese - o Delegado João Cândido está presente e sabe o que eu vou dizer -, pois eu costumo cuidar da segurança primária, que é da criança e do adolescente, para evitar que, no futuro, essa criança e esse adolescente sejam marginais. Enquanto todos dizem que se tem de construir presídios, eu grito pela Cidade toda que se tem de construir espaços esportivos.

Há pouco tempo, alguns Deputados foram a Nova York para saber como o Prefeito Rodolfo Giuliani havia conseguido a Tolerância Zero. E eu disse para eles que não precisava ir até lá; era só ir até a Secretaria de Esportes de Porto Alegre, que tem a mesma filosofia que ele implantou em Nova York. Em Nova York, onde havia um espaço vazio, colocava-se uma cancha de basquete e uma tabela. Aqui em Porto Alegre, quando eu fui Secretário, onde havia um campinho, instalavam-se goleiras, rede, bolas, proporcionando esporte para essa gurizada.

Nós temos o Social Esporte Clube, que é um convênio da Secretaria de Esportes com os clubes sociais de Porto Alegre para mais de 500 crianças fazerem esporte gratuitamente na Sogipa, no União, no Teresópolis, no Gaúcho, no Inter, no Grêmio.

Nós temos o Social Futebol Clube, que é apadrinhado pelo Ronaldinho Gaúcho e pelo Felipão. São vinte grandes ídolos - Alcindo, Jair, Escurinho e tantos outros - atendendo 1.600 crianças em 13 vilas de Porto Alegre, para evitar que elas venham para o Centro e aumentem o contingente de crianças esmolando, se drogando, assaltando nas sinaleiras, número esse que, segundo a UFRGS, chega a 640 crianças.

Há o Bonde da Cidadania - um projeto que encontra resistência de muitas pessoas -, que passa pelas sinaleiras de Porto Alegre e convida as crianças para a prática esportiva. Já são mais de 100 crianças, por semana, que recebem esporte, lazer, recreação, alimentação, banho, roupas limpas, orientações médicas, pedagógicas.

Criamos o Amigo do Esporte, juntamente com a DalPonte. São 60 pais voluntários. Em cada vila de Porto Alegre, cada um ganhou um kit esportivo da DalPonte - são nossos facilitadores -; quando as crianças não podem comprar a bola, não têm a rede, esse pessoal empresta a bola, a rede, o material esportivo. Criamos o Banco do Tênis, o Banco do Quimono, com a Daiane, com o Tinga, com o Lucas, com o João Derly, com o Robson Caetano. Arrecadamos mais de três mil pares de tênis, em clubes, em escolas particulares. Recentemente, fez-se um convênio com a Reebok: todo tênis com defeito vai para a Secretaria, para que possam se atendidas as crianças. Então, isso é combater a criminalidade, isso é segurança primária, isso é tolerância zero. A criança está na vila, o pai e a mãe trabalham; se nós não ocuparmos essas crianças e esses adolescentes, o vagabundo vai lá e os adota. Depois os pais chegam em casa e ficam sabendo que o filho, a filha, ou estão na boca do fumo, ou estão assaltando, ou estão delinqüindo. Então, são projetos sociais de alta relevância que a Secretaria de Esportes desenvolveu, projetos de sucesso para a inclusão social, a verdadeira inclusão social, não essa inclusão social que todo mundo fala da boca para fora, e não é obrigação da Secretaria de Esportes fazer esse tipo de projeto; quem tem que fazer é a FASC, mas a FASC não faz, a FASC é omissa. Vou repetir: a FASC, além de não fazer, boicota os projetos da Secretaria de Esportes; mas nós estamos aí, são projetos profundos, que retiram das ruas, das drogas, dos maus pensamentos, das más companhias, crianças e adolescentes. É a educação através dos esportes, o cuidado com a segurança primária. Vamos construir espaços esportivos e menos presídios. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado Ver. João Bosco Vaz. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Luiz Braz, que preside este trabalho, demais Vereadores e Vereadoras, eu queria hoje falar acerca dos projetos dos hidrômetros, Ver. Dib. Infelizmente, no dia de ontem, eu estava no atendimento, nesta Casa, e o Ver. Ervino, de forma apressada, irresponsável, fez um pronunciamento, dizendo que nós havíamos copiado um Projeto dele. Infelizmente o Ver. Ervino não se encontra, mas eu não posso deixar de me referir, até faço um chamamento: se o Ver. Ervino se encontrar nesta Casa, solicito que ele dê uma chegadinha aqui; daqui a pouco vamos entrar na Ordem do Dia.

Vejam bem, Srs. Vereadores, o Ver. Ervino fez um Projeto louvável - que teria a minha aprovação -, que estipula que as contas de água sejam vinculadas não ao endereço, mas que sejam vinculadas ao nome do morador desse endereço, não necessariamente o proprietário, ou então do proprietário. É um Projeto que conta com o meu apoio, mas foi derrotado na CCJ - Comissão de Constituição e Justiça.

O Projeto que eu fiz, e que hoje temos um Substitutivo conjunto com o Ver. Todeschini, versa sobre outro tema, ainda que seja sobre água. O que o Projeto diz? Ele diz que a conta da água dos prédios multifamiliares é cobrada com base na leitura de um único hidrômetro, e que os prédios multifamiliares devem ter tantos hidrômetros quantos sejam os imóveis daquele prédio. Se for um edifício, Ver. Sebenelo, de 48 apartamentos, teremos 48 hidrômetros e teremos 48 contas, portanto. O problema de a conta ser pelo endereço ou pelo nome não está sendo tratado, e eu até acho que seria importante que fosse no nome da pessoa. Nós temos pessoas que alugam o imóvel desconhecendo que o antigo locatário tem uma conta muito grande, ele acaba pagando. Mas é outro tema. Nós temos hoje, por exemplo, quando não é multifamiliar, contas, Ver. Cássia, individualizadas, porque é uma casa individual, mas não está no nome do Cassiá, está no endereço; disso é que trata o Projeto do Ver. Ervino.

O nosso Projeto, Ver. Todeschini, é outro completamente diferente. Eu suspeito que o Ver. Ervino, ou não entendeu o Projeto dele, ou não entendeu o nosso. São dois Projetos diferentes como água e vinho. Eu só lamento que o Vereador tenha sido irresponsável - tenho uma grande amizade por ele - ao vir acusar um Vereador sério, um Vereador que tem mais de 40 Projetos aprovados, relevantes nesta Casa, de copiar um projeto.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. RAUL CARRION: Ver. João Bosco, esse é um aparte anti-regimental. Tenho grande amizade por V. Exª também, mas falar sobre um Projeto que não tem nada a ver com o outro... E observe as palavras, Ver. João Bosco: “O Ver. Raul Carrion entrou com um Projeto de Lei praticamente idêntico ao meu Projeto”. Então, eu queria dizer...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. RAUL CARRION: A palavra é secundária; então foi uma acusação irresponsável, Vereador. Bem, então é isto, uma acusação irresponsável, Vereador. Está corrigido e, pela amizade que nós temos, retiro o termo e o substituo por “irresponsável”, e que conste essa minha alteração na Ata.

Bem, eu quero dizer, além disso, e confesso que o Ver. Todeschini tem a mesma idéia, que nós temos pleno acordo que o Ver. Ervino faça uma Emenda, Ver. Dib, ao nosso Projeto, colocando a sua idéia, Ver. Garcia; nós permitimos haver um acordo, aprovaremos a Emenda dele.

Agora, Ver. Ervino, respeite os seus colegas que trabalham de forma dura, de forma conscienciosa; respeite a nossa assessoria, que é uma assessoria capacitada; respeite a DL, que não deixará passar nenhum Projeto idêntico. Às vezes a gente desconhece, é verdade, um Projeto de um colega; surge a idéia, e a DL, de forma diligente, nos diz: “Olha, esse Projeto já existe”, e nós o retiramos, não há problema. Neste caso, Ver. Ervino, V. Exª pode pegar uma carona no nosso Projeto e fazer essa Emenda. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Raul Carrion solicitou a substituição de expressão de seu discurso.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Apregoamos a Emenda n.º 01, de autoria da Verª Maria Celeste, ao PELO nº 001/06 (Lê.): “Inclui o art. 2º ao PELO nº 001/06, renumerando-se os demais, conforme segue: ‘Art. 2º: Esta Emenda à Lei Orgânica entra em vigor dia 1º de janeiro de 2007.’”

Solicito a abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum para entrarmos na Ordem do Dia.

Solicitamos que os Vereadores que se encontram em seus gabinetes venham para o plenário registrar suas presenças, cumprindo o acordo que nós temos no sentido da votação, nas quartas-feiras, de todos os processos que faltam ser votados aqui na Casa. Peço que, por favor, os Srs. Vereadores venham ao plenário. (Pausa.)

Encontram-se em Plenário os Vereadores: Raul Carrion, DJ Cassiá Gomes, João Bosco Vaz, Maristela Meneghetti, Bernardino Vendruscolo, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Clênia Maranhão, Professor Garcia, Cláudio Sebenelo, Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Sofia Cavedon, Cassiá Carpes, Elói Guimarães e este Vereador, Luiz Braz. Infelizmente são 17 os Vereadores presentes em plenário, não temos o quórum para cumprir o acordo que fizemos aqui.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.                     

 

(Encerra-se a Sessão às 15h45min.)

 

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